Álcool perílico Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) que fizeram avanços no tratamento de tumores no cérebro com uso de álcool perílico estenderam a pesquisa ao câncer de pulmão. O álcool perílico, um óleo que pode ser inalado, pode ser extraído de óleos essenciais de várias plantas, entre elas, as frutas cítricas. A substância age diretamente no sistema nervoso central e no tecido pulmonar inibindo a proliferação de células cancerígenas, sem afetar as saudáveis. Uma das vantagens do tratamento é não provocar os fortes efeitos colaterais que costumam ser causados pela radioterapia e a quimioterapia. Câncer de cérebro No combate ao câncer de cérebro, o tratamento com o álcool conseguiu reduzir o tumor cerebral em três pacientes, de um total de 198. O ácido perílico inibe a proliferação das células cancerosas sem que haja o processo de necrose. A pesquisa só é feita com pacientes considerados terminais, em que os tratamentos tradicionais não tenham mais eficiência. Além disso, 15% das pessoas em tratamento também tiveram o tempo de vida aumentado, em relação à estimativa inicial. "Até o momento, 29 pacientes, ultrapassaram dois anos de sobrevida, estimada em quatro meses, sem efeitos colaterais," destacou o responsável pelo estudo, o professor e neurologista Clóvis Fonseca. Adjuvante Apesar dos avanços da pesquisa, o álcool perílico ainda não substitui o tratamento convencional, com quimioterapia e remédios. Pesquisadores "O tratamento com álcool perílico, hoje, é adjuvante. Uma droga só atinge uma via [de proliferação da doença], é preciso inibir o máximo possível," disse o Dr. Clóvis. A pesquisa da UFF também mostrou que o álcool perílico tem efeito em tumores de pele, mama, pâncreas e despertou interesse de instituições fora do país. Atualmente, especialistas da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, são parceiros nos estudos.